EDITORIAL

Mais de 100 anos de atraso
Pensamento de início do século XX


Fábrica de automóvel no início do século XX no Brasil

Recentemente, o Ministro do Trabalho falou sobre a possibilidade da empresa de aplicativo, UBER, sair do Brasil e ele disse que se ela saísse viria outra para ocupar seu lugar.

Ao ouvir isso eu fico pensando como existem pessoas que não evoluem, pois esse é o caso típico do pensamento de pessoas do início do século XX.

Eles falam em luta de classes ainda. Eles falam na luta do capital contra a mão de obra, eles não entenderam que a força de trabalho hoje não é mais física...

Hoje temos que nos adaptar ao avanço do conhecimento e das tecnologias que vieram com ele.

Qualquer um que tenha a mente aberta perceberá que o mundo não é mais aquele de antigamente, onde a força de trabalho que queriam dominar os meios de produção.

Acabou o tempo desses sindicalistas de indústrias que tinham 20.000 funcionários numa fábrica em São Bernardo e que paravam a fábrica para reivindicar aumento salarial. Hoje essas grandes fábricas trabalham robotizadas, falamos de indústria 4.0. E o ministro, e esse atual governo, ainda pensa a indústria no modelo 1.0.

Querem sindicatos bancados pela população trabalhadora para sustentar uma casta sindical que não está nem aí com o trabalhador, querem bilhões para seus dirigentes ficarem milionários enquanto o trabalhador ainda continua pobre ou na classe média baixa.

Hoje a tecnologia levou as máquinas para dentro das casas das pessoas, o que mais ouve falar hoje é sobre o trabalho em casa, o tal "home office". Qualquer um pode trabalhar em casa, desde que se qualifique para isso, exige esforço para estudar, aprender a trabalhar com softwares e com trabalhos à distância, aprender a empreender e trabalhar por conta própria.

O grande problema é que a maioria das pessoas não se qualifica para isso. Esse é um grande problema para as indústrias. Cada vez mais os equipamentos industriais estão sofisticados e os sindicatos não ofereceram nada de profissionalização para essa nova era, continuam nos tempos das cavernas sindicais.

Outro problema é que as indústrias além de diminuírem de tamanho por causa da automação industrial (leia-se robotização e informatização), a população cresceu desde o início do século passado, ou seja, de 1.900 a 2022, mais de 1.000%, saímos de pouco mais 17 milhões de pessoas para mais de 200 milhões.

Outro fator que mudou o cenário radicalmente foi a urbanização do país, sabe-se que mais 80% da população mora em cidades e não mais nas áreas rurais, na chamada roça. E mesmo que morassem nas áreas rurais a indústria agrícola também se modernizou e hoje é altamente mecanizada na colheita, o que exige menos força de trabalho.

Mas o atual governo federal, desconhece essa realidade, ele vive no início do século passado no que tange às relações de trabalho e com uma ideia de mundo no século XIX.

Precisamos qualificar nossa população melhor, entretanto ninguém quer estudar, acha que o Estado tem que sustentar: "é meu direito". Isso não existe, basta ver que o estado no Brasil existe para sustentar a si, nunca àqueles que estão fora do sistema, ele oferece um serviço ruim, basta ver transporte público, saúde, segurança, educação...nenhuma delas funciona direito em nenhuma cidade do país, podem existir algumas melhores, mas estão longe de serem excelentes.

Depois o estado brasileiro está quebrado!

Metade do que arrecada vai pagar os juros da dívida, ou seja, nem paga a dívida em si, depois de 30 a 40% é para sustentar essa casta social que trabalha como agente público, fazendo com que em algumas cidades o Estado, o governo municipal, seja o maior empregador da cidade. E pior parte disso se perde na corrupção entre agentes públicos e empresas e larápios. Por último, muitos estados dependem do Governo Federal para existirem, eles não conseguem ter autonomia financeira gerada pelo município, ou governo estadual.

Restam, então, 10% para realmente atender à população, você realmente crê que isso é possível?

Mas voltemos à fala do ministro. Para o UBER é fácil ele deixar o país e outra empresa tenta entrar no mercado que é totalmente cartorial, aliás como tudo no país, você precisa de licença do Estado para fazer qualquer coisa, mas a maioria das atividades do Estado não funcionam direito. Por exemplo, o município exige que as empresas sigam o Código de Defesa do Consumidor, mas ele não respeita e não age de acordo com esse Código. Porque ele é o fiscal dele mesmo! Para qualquer empresa existir ela tem uma série de licenças e taxas para pagar, depois uma cadeia enorme de impostos e contribuições. 

O Estado no Brasil é enorme e precisa diminuir consideravelmente, enquanto isso não acontecer continuaremos nessa toada lenta e muitas vezes andando para trás. Precisamos sair dessa mentalidade retrogada. Precisamos de mais iniciativa privada e menos estado.

Para encerrar, o Ministro não sabe que a livre iniciativa pensa muito antes de investir em algo, e investir em um país que gera milhões de ações trabalhistas não é a melhor opção, por isso indústrias automobilísticas estão saindo do país. A FORD do Brasil fechou sua fábrica porque ela mais ações trabalhistas no Brasil do resto do mundo. 

Ministro venha para o século XXI, onde trabalhar já é um grande negócio, as pessoas não querem depender do Estado, ou quando chegar na aposentadoria, depois de 50 anos, receberem um valor que mal dará para comer e comprar remédios.

Isso sim é indigno!



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